Na tua boca
os beijos são meus
Do teu
pranto acelero minha alma para chegar ao teu tempo
Meu pranto é
vago se no seu colo derreto.
Não vejo em
mim rastro seu.
Meu corpo
fede a você desde a última vez que nos tocamos.
Meu corpo
chora.
É
ferramenta.
É etéreo meu
prazer.
Se realizo
sou eterno.
No gozo
final da assinatura me desfaço.
Sou momento
em ruptura.
Sou cheiro,
sou gosto, sou imagem.
Na parede me
decoro.
Por dentro
somos vermelhos.
Por dentro
somos sangue.
Meu pulmão,
minhas córneas, minha esperança.
Sou doador.
As minhas
pernas tremem quando começo.
Acaba-se a espontaneidade
do verbo quando se sente dor.
Somos nada
juntos.
Se te
preciso é pra saciar meus mais superficiais desejos artísticos.
O de ser
desejado.