sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Portas

As portas do armário estão abertas, nada sai.

O vazio sentado ao seu lado aparenta ser maior que você. Estou silêncio.

Você procura na mochila as desculpas que me deve. Acha nada. Sua mochila não é capaz de renunciar por você.

Te tiro os olhos, um mosquito. Sem reparar a fuga, te acho.

Você diz que precisa ir. Onde?

As chaves, onde? Faço aceno com a metade da mão, o vazio te segue. Se vejo o vazio ele também é meu?

Sete passos, apago a luz do quarto olhando as portas abertas.

Amanhã escrevo sobre isso. Amanhã acordo cedo. Amanhã, vou.


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